O grupo atuava no ramo de construção civil em todo o Estado, e dividiam obras financiadas com recursos estaduais.
Anderson Bodanese, da Agência ContilNet
A
Polícia federal deflagrou na madrugada desta sexta-feira (10), a fase
final da investigação que tramita desde 2011, chamada Operação G-7, onde
foram presas 15 pessoas envolvidas na prática de cartel no Estado do
Acre.
Policiais cumpriram 34 mandados de busca e apreensão, em órgãos públicos de Rio Branco e Tarauacá.
Superintendente
da PF, Marcelo Sálvio (à esquerda) e o delegado Mauricio Mocardi,
cederam entrevista nesta quarta-feira/Foto: Agência CntilNet
A
PF investigou neste período seis contratos que chegam ao valor de R$ 40
milhões, de empresas quem atuam no ramo da construção civil no Acre.
Na
investigação, foi constado que o grupo de sete empreiteiras, que
realizam obras de programas habitacionais como o Ruas do Povo, desviou
dos cofres públicos um valor de R$ 4 milhões.
Foram
examinadas licitações executadas nos municípios acreanos de Tarauacá,
Manuel Urbano, Plácido de Castro, Vila Campinas e Acrelândia,
constatando-se que muitas das obras licitadas jamais chegaram a ser
executadas.
Durante
as investigações, os policiais identificaram um processo licitatório
destinado à contratação de uma clínica de exames médicos para desviar
fraudulentamente recursos do Sistema Único de Saúde- SUS, do governo
federal.
Em
entrevista coletiva à imprensa, na manhã desta sexta feira, o
superintendente da Polícia Federal no Acre, Marcelo Sálvio Rezende
Vieira,disse que o grupo investigado tem ramificações no governo
estadual.
“Houve
atuação de pessoas do governo do Estado para contratação de empresas
que prestam serviços para a construção civil e saúde", afirmou.
Segundo
o delegado, o G-7 tem interesses em todas as obras da construção civil
realizada no Acre, inclusive, no maior programa habitacional do Acre, o
Cidade do Povo.
O
delegado Maurício Mocardi Grillo disse que a Polícia Federal usou
quebra de sigilo telefônico para chegar ao grupo e que a investigação
continuará.
“A
investigação caminha para a fase final, mas, de acordo com as escutas
telefônicas, novos contratos podem ser investigados”, disse.
Como o grupo atuava
O G-7, como foi intitulado pelos próprios acusados, era formado por sete empresas do Acre que praticavam cartel.
Quando
os processos de licitações eram abertos, faziam um acordo entre o
grupo, impossibilitando a participação de outras empresas no processo.
Segundo
a Polícia Federal, isso só era possível com a participação de pessoas
ligadas ao governo do Estado, realizando manobras para que concorrentes
não participassem das licitações.
O grupo atuava no ramo de construção civil em todo o Estado, e dividia obras financiadas com recursos estaduais.
Envolvidos na Operação G-7
Os
envolvidos nesta operação vão responder por crimes contra a ordem
econômica, falsidade particular, peculato, corrupção ativa e passiva.
De acordo com informações da Polícia Federal, os envolvidos são empreiteiros, funcionários públicos e um secretário do Estado.
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