Ele é “o cara”: Nilson Areal vai deixar o cargo de prefeito como maior inquilino da Justiça

O prefeito Nilson Areal, da cidade de Sena Madureira, terceiro maior colégio eleitoral do Estado do Acre, como dizem seus aliados e adversários, é mesmo um “fenômeno”. Acumulou nos seus oito anos de mandato mais de oito processos movidos pelo Ministério Público Estadual, Federa
l e Eleitoral e, caso não seja condenado antes do recesso da Justiça, mesmo com a extensa ficha suja, vai repassar a faixa de prefeito para seu sucessor, José Raimundo de Souza da Silva, o Mano Rufino, caso esse não seja cassado até a diplomação. O novo prefeito eleito com o “dedo” de Nilson Areal teve pedido de cassação do registro de candidatura deferido pela juíza Zenice Cardozo, a pedido do Ministério Público Eleitoral.

É de casuísmo que a cidade de Sena Madureira vive desde que Nilson Areal foi afastado do cargo no dia 25 de setembro de 2009. O município já teve dois prefeitos: o vereador Wanderlei Zaire [que ficou três meses à frente do cargo] e o vereador Biléu do Incra que ficou como prefeito até o dia 26 de fevereiro deste ano, quando o Tribunal Superior Eleitoral determinou a volta ao cargo do prefeito Nilson Areal e o vice, Jairo Cassiano.

Se Mano Rufino assumir o cargo no dia 01 de janeiro de 2012, será o quarto gestor a sentar na cadeira de prefeito em menos de quatro anos e o segundo prefeito com processo de cassação a gerenciar os destinos dos mais de 38 mil habitantes.

Os efeitos provocados pelos processos que se arrastam na Justiça são sentidos em todas as partes da cidade sede do Iaco. No dia 05 último, por determinação do Ministério Público, mais de 300 pais de famílias contratados de forma irregular pelo prefeito Nilson Areal, estão sendo colocados na rua. Em 2011, Nilson se recusou a assinar um termo de ajustamento de conduta e realizar um concurso público para o setor de saúde, o que regularizaria a situação dos servidores. O MP/AC também constatou a existência de servidores concursados que estão recebendo remuneração integral mensalmente, apesar de não estarem exercendo suas funções. Alguns deles sequer moram no município.

Os rastros de corrupção são bem maiores. A obra inacabada do Estádio de Futebol Marreiro, na avenida principal do município, que eram para ser inaugurada em 2008, tem mais de três anos de atraso e não tem expectativa de ser concluída. O suposto desvio de R$ 1,5 milhão gerou um dos processos por improbidade administrativa contra o prefeito Nilson Areal, que tramita na 1ª Vara Federal com o juiz Guilherme Michelazzo Bueno.

Além desse processo, o juiz Michelazzo também julga uma ação por improbidade administrativa contra Nilson Areal por desvio de recursos para a compra de medicamentos. Na segunda vara da Justiça Federal, outra ação apura outro caso ligado à saúde de Sena Madureira, está nas mãos da juíza Ana Carolina Campos Aguiar.

Ruas em Sena Madureira foram asfaltadas apenas no papel, desvio é de R$ 1,2 milhão

O mais cabeludo de todos os processos que pesam contra Nilson Areal, tramita no Tribunal Regional Federal da primeira região. É do convênio 034/2007 da pavimentação de sete ruas.

O caso passou a ser conhecido como os "sete pecados cometidos por Nilson Areal". E não é conta de mentiroso, trata-se mesmo do maior indício de desvio do erário público, um esquema que contou com a ajuda de servidores públicos e o empresário da empresa contratada para a execução das obras.

O prefeito chegou ao ponto de pagar 31% do valor total da obra no dia 11 de agosto de 2008, apenas um dia após a assinatura do contrato com a Construtora Madureira, tendo pago o restante dos valores apenas um mês após, ou seja, antes do final de setembro de 2009.

Para se ter uma ideia de onde chegou a audácia do prefeito Nilson Areal, ele exonerou o seu secretário de finanças, Jeferson Cavalcante D´Ávila e nomeou Francisco Furtado D´Ávila, dono da Construtora Madureira, para assinar cheques do convênio, um deles, no valor de R$ 315 mil, sacado no dia 11 de agosto de 2009, dias antes de seu afastamento.

O engenheiro Jandson Pontes foi quem atestou as ruas que em tese foram feitas, mas que nunca saíram do papel. Esta semana, a reportagem voltou ao município de Sena Madureira e checou que cinco das sete ruas sub-judice ainda não foram concluídas pelo prefeito, uma delas, José Cézar, localizada no bairro Eugênio Areal (Invasão), por ironia do destino, leva o nome do pai do prefeito eleito, que era conhecido como Zé Rufino (já falecido).

A justiça não acolheu o argumento de que o afastamento do prefeito tenha prejudicado o andamento dos trabalhos, já que o convênio era entre a Municipalidade e a empresa, ficando ambos obrigados a cumprir as obrigações assumidas, independentemente de quem ocupa o cargo de gestor, seja do ente público, seja do particular e atendendo ao pedido do Ministério Público Federal no Acre (MPF/AC), decretou a indisponibilidade de bens do prefeito de Sena Madureira Nilson Areal, acusado de improbidade juntamente com o empreiteiro Francisco Furtado D´Ávila e a empresa dele, Construtora Madureira LTDA em convênio de 2007 para recuperação e asfaltamento de ruas naquele município.

O processo por improbidade administrativa do convênio das sete ruas encontra-se concluso para despacho na Justiça Federal desde o mês de agosto desse ano.
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